Com transparência e narrativa contínua, Ana Paula Perez da Costa consolida o “Brasileiros ao Mundo” como uma das maiores redes de conexão emocional e prática entre imigrantes
A criadora de conteúdo Ana Paula Perez da Costa, fundadora do Brasileiros ao Mundo, estruturou desde 2019 uma das comunidades digitais mais influentes entre brasileiros que vivem ou desejam viver fora do país. A iniciativa que surgiu enquanto ela e o marido enfrentavam incertezas sobre a mudança para o Canadá durante a pandemia transformou-se em rede de apoio seguida por milhares de pessoas, sustentada pelo que ela define como “conexão genuína por meio da vida real”.
O projeto nasceu quando o casal, já com malas prontas e aguardando o retorno dos passaportes do consulado, viu as fronteiras se fecharem em março de 2020. Sem emprego e diante de sucessivos adiamentos da viagem, Ana Paula começou a registrar no Instagram crises de ansiedade, dificuldades financeiras e o impacto emocional do período. “Quando comecei a compartilhar, percebi que muita gente estava vivendo a mesma situação. Essa troca me acalmou e virou a base de tudo”, afirma.
O crescimento da audiência acompanha uma tendência global: segundo o Edelman Trust Barometer 2024, 63% das pessoas afirmam confiar mais em criadores que mostram vulnerabilidade e experiências reais do que em perfis que apresentam apenas resultados ou conteúdo comercial. A pesquisa também aponta que conexões baseadas em autenticidade geram até 2,5 vezes mais engajamento do que conteúdos institucionais.
Os números ajudam a explicar o impacto do canal entre imigrantes, um grupo populacional que, de acordo com levantamento da Pew Research Center, tem 47% mais probabilidade de buscar informações em comunidades digitais do que em fontes oficiais durante processos de adaptação no exterior. Entre brasileiros, o fenômeno é ainda mais expressivo. Dados do Itamaraty estimam que 4,5 milhões de brasileiros vivem fora do país; desse total, cerca de 70% relatam consumir conteúdo produzido por outros imigrantes nas redes, segundo o estudo “Brasileiros no Exterior”, conduzido pela Fundação Getúlio Vargas em parceria com o CSEM.
Depois de chegarem ao Canadá em 2021, Ana Paula e o marido continuaram registrando cada etapa da adaptação, o primeiro emprego na faxina, a ausência de carro, o transporte de uma batedeira de bicicleta e as dificuldades iniciais. A exposição do cotidiano, segundo ela, fortaleceu a confiança do público. “As pessoas lembram das fases mais difíceis e falam como foi importante acompanhar aquilo. Essa memória compartilhada cria uma ligação real”, diz.
Em 2023, o casal percorreu todo o Canadá em uma minivan, tornando-se o primeiro casal brasileiro a cruzar o país dessa forma. No ano seguinte, repetiram a jornada nos Estados Unidos durante dois meses. As viagens ampliaram a visibilidade e permitiram encontros presenciais com seguidores. Para Ana Paula, esses momentos reforçam a noção de comunidade. “A confiança aumenta quando as pessoas percebem que a gente está ali antes de qualquer contrato ou retorno financeiro. A gente só divulga o que de fato faz parte da nossa vida”, afirma.
Estudos reforçam essa dinâmica. Relatório da Nielsen Influence Scope mostra que, entre seguidores de nichos de lifestyle e imigração, 78% dizem confiar mais em recomendações de criadores que acompanham há mais de um ano, índice que chega a 82% quando o conteúdo inclui vulnerabilidade, erros e acertos. A fidelização, normalmente difícil em ambientes digitais, é uma das forças do Brasileiros ao Mundo, que conserva seguidores desde antes da chegada ao Canadá.
Neste ano, Ana Paula Perez da Costa e o marido conquistaram a cidadania canadense, quatro anos após a mudança, processo considerado rápido para os padrões do país. A conquista foi acompanhada pelo público, que enviou mensagens relembrando momentos da trajetória. “É como se tivéssemos crescido juntos. Eles lembram do nosso primeiro carro, do meu primeiro emprego. Isso mostra o poder da conexão”, diz.
O avanço do Brasileiros ao Mundo evidencia um fenômeno contemporâneo do comportamento digital, comunidades construídas com base na vida real têm se transformado em ferramentas de informação, acolhimento e pertencimento para minorias e grupos migrantes. Ana Paula Perez da Costa se tornou protagonista dessa dinâmica, convertendo vulnerabilidade em confiança e confiança em comunidade — uma equação rara no ambiente hipercompetitivo das redes sociais, mas que, no caso dela, provou ser o que sustenta a relação com milhares de imigrantes ao redor do mundo.
Sobre Ana Paula Perez da Costa
Ana Paula Perez da Costa é criadora de conteúdo e fundadora do projeto Brasileiros ao Mundo, uma das comunidades digitais mais relevantes entre brasileiros que vivem ou desejam viver fora do país. Desde 2019, registra de forma transparente sua trajetória de imigração, compartilhando desafios, adaptação, rotina de trabalho, viagens e conquistas que marcaram sua mudança para o Canadá. Seu conteúdo, baseado em autenticidade e vida real, tornou-se referência para milhares de imigrantes que buscam informação, acolhimento e conexão durante o processo de recomeço no exterior. Em 2025, ela e o marido conquistaram a cidadania canadense, consolidando uma jornada acompanhada de perto por seguidores que a reconhecem como uma voz confiável no universo da imigração brasileira.
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